O VELHO TREM
Lá vem, lá vem o trem! Está quase chegando
A molecada o ouvido no trilho encostando
Outro aponta tênue fumaça que ele vê sozinho
De repente o velho trem desponta lá no Salgadinho.
Resfolegando cansado entra na Estação
Tremenda balbúrdia, gritos, aplausos, que confusão
Os freios ringem gemendo, soltando vapores
Ouvem-se cochichos, risos e choros de velhos amores.
A máquina manobra voltando para o seu lugar
Pois não sabe que amanhã bem cedinho terá que voltar
Levando eu seu bojo corações partidos em ais.
O velho trem cumpriu a sua triste sina
Mas como tudo que começa um dia termina
Um dia partiu para sempre não voltou nunca mais.
Inácio Santos
In Literário – Março 2002
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